sábado, março 28, 2009
BLOG NOVO... VIDA NOVA!
A vida tem destas coisas. Às vezes damos por nós a corrigir o destino. Recusamos aceitar a caminhada sofrida da desilusão e da dor. Da perda e da inevitabilidade das circunstâncias. Cometemos injustiças e pecamos infamemente sem percebemos o que realmente devemos procurar enquanto desgastamos os nossos gestos em realidades obtusas e insignificantes. Condenamos a nossa existência à memória triste das horas e deixamos que o contexto abstracto que nos rodeia apague as pegadas da nossa singular personalidade.
Há dias assim...
Em que o mundo eleva a nossa alma à casualidade dos passos das nossas mãos.
Há dias em que tudo o que sentimos é apenas o resíduo letal dos nossos pensamentos.
Mas depois, quando pensamos que nada mais importa, e que o tempo alienado das nossas ilusões se sacrifica em suaves conotações de miséria, alguém irrompe na nossa inequívoca circunstância efémera e nos brinda com algo realmente importante. E é quando alguém assiste à nossa triste ruína com uma inexplicável dor que despertamos dessa insustentável forma de caminhar e olhamos o mundo em contornos de uma luz quase virgem que quase nos cega de tão cegos que estávamos.
Um pequena homenagem a essa pessoa que soube dedicar-me uma música especial num momento singular e que gostaria partilhar convosco nesta nova descoberta!
ELIS REGINA - MARIA MARIA
Maria, Maria
É um dom, uma certa magia,
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas agüenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
segunda-feira, março 16, 2009
MI PRIMERA VEZ
Pois entao... foi no teatro que me lembrei do nosso maravilhoso questionario há muito esquecido no nosso arquivo. Sim! Esse que perguntava como consideras que perdeste a virgindade. Pois meus amigos, os resultados foram surpreendentes nao so pelo numero de votantes mas tambem pela estatistica que lhe correspondeu!
Ora, numa análise bastante pragmática aos resultados apresentados, vários são os comentários que podemos tecer relativamente aos seus votos e percentagens.
Partilham o primeiro lugar da votação as duas respostas mais ambíguas, dado o seu grau de verosimilitude. Que 24 pessoas me digam que a penetração é a forma mais ortodoxa de se perder a inocência, eu até concordo. Que um numero mais pequeno se perca em difíceis e conturbadas avaliações sobre a realidade do seu comportamento sexual, que até entendam o sexo como uma espécies de pensamentos pecaminosos e humidades incontroláveis, que entendam que a virgindade se pode perder com o simples facto de ousar tocar os genitais ou tomar conhecimento da sua existência, que alguns se deixem contaminar pelas controversas questões apontadas na revista Maria, confesso que de todo não me surpreende. Agora, meus amigos, que 26% das respostas apontem a sua actual virgindade... isso preocupa-me porque não entendi se ainda o são por opção ou porque (como dizia a pergunta) o são porque pretendem guardar-se para a união do santíssimo sacramento. Pois meus queridos e queridas, deixem que vos diga uma coisa. Independentemente do motivo que vos aprisione a tamanha vocação, independentemente da vossa idade ou sexo quero desde já expressar a minha inveja! Sim. Confesso. Muuuuita inveja! Isto porque (e agora um conselho sério). Não desperdicem a vossa virgindade (como fizemos os outros 70 que aqui contámos a nossa história) de qualquer maneira. NAO! Da maneira que o mundo e está, e com a crise global que nos assombra, ponham o belo anuncio na Internet (como fez a Raffaele) e vendam a vossa bela inocência (nunca por menos de 1 milhao de euros) a um milionário fetichista disposto a pagar-vos infinidades de euros só para poder usufruir de uma coisa cada vez mais escassa.
"Ex-Big Brother italiana vende virgindade por 1 milhão de euros Raffaele Fico, 20 anos, «nunca namorou, nem sabe o que é sexo». Sonha com um apartamento e quer ser actriz. Vende-se por 1 milhão de euros.«Não sei o que é sexo, nunca fiz. Estou ansiosa por saber quem é que me vai levar para a cama», diz a modelo italiana, que garante nunca ter namorado. A primeira vez não precisa de ser especial, conforme confidenciou à imprensa italiana, o importante é o preço. «Caso não goste, vou tomar uma taça de vinho e esquecer», conta Raffaele. A tendência parece ter virado moda, depois de uma estudante norte-americana de 22 anos ter resolvido leiloar a virgindade, neste caso para pagar os estudos. A jovem de San Diego (Califórnia), que usa o pseudónimo Natalie Dylan, espera que as ofertas cheguem ao milhão de dólares. Raffaele Pico, que se tornou conhecida por participar na última edição do "Grande Fratello", o Big Brother italiano, só se entrega a quem pagar o mesmo milhão em euros. Segundo a mãe, a jovem é uma católica devota e reza todas as noites. Mas precisa de comprar um apartamento, já que o seu arrendado não serve. E como sonha ser actriz, precisa de pagar aulas de representação. "
POR ISSO MEUS AMIGOS VIRGENS, NAO PERCAM A OPORTUNIDADE... VOCES, AINDA PODEM!!!!
terça-feira, março 03, 2009
Morremos todos os dias
A alma derrotada, aceita sem refutar, o destino triste dos dias e aprendemos a desistir do inevitável crepitar dos desejos inconsequentes. Seguimos sem brilho nem cor numa rota sem destino. Arrastamos o corpo sem atrito por abismos de lágrimas erguidas sobre memórias de cristal. Recordamos com dor as mãos clandestinas que se encontravam em surdina por entre as pernas. Os beijos roubados entre um suspiro e um olhar tingido de pecado. Apagamos as noites da saliva gasta entre suspiros e espasmos de prazer. Acreditamos por um momento que somos o destino eterno do caminho de alguém e vivemos a ilusão dos loucos que caminham errantes na linha infinita do horizonte. E ainda assim acabamos sempre por nos perder no ponto final de uma frase que nunca chegámos a terminar. E quando nos preparávamos para fazer rimar as palavras ocas que dissemos em silêncio acordamos e sentimos o ritmo compassado das artérias marcando o compasso da vida. E descobrimos que há um dia destinado para morrermos, um dia em que a sombra nos cubrirá os olhos de frio e a nossa pele será apenas o resíduo dos nossos ossos. Esse dia chegará sim. Mas até lá... vamos morrendo todos os dias.