Se é certo que a idade que temos não é os anos que já vivemos mas os que nos restam por viver, sabemos que todos os dias que nos restam serão a consequência da nossa morte. Todos os dias uma parte de nós abandona a nossa curta existência e a nossa alma vai-se reduzindo à insignificância do sangue. Os sonhos reduzem-se a frustrações que lapidamos todos os dias antes de adormecer. Olhamos à nossa volta e apenas encontramos a sombra dura dos nossos gestos confundir-se com as arestas obtusas e vazias da cidade. Vamos perdendo as linhas contundentes traçadas sobre a palma das mãos petrificadas pelo medo agreste que vamos pintando nas epidermes cruas que amamos em silêncio
A alma derrotada, aceita sem refutar, o destino triste dos dias e aprendemos a desistir do inevitável crepitar dos desejos inconsequentes. Seguimos sem brilho nem cor numa rota sem destino. Arrastamos o corpo sem atrito por abismos de lágrimas erguidas sobre memórias de cristal. Recordamos com dor as mãos clandestinas que se encontravam em surdina por entre as pernas. Os beijos roubados entre um suspiro e um olhar tingido de pecado. Apagamos as noites da saliva gasta entre suspiros e espasmos de prazer. Acreditamos por um momento que somos o destino eterno do caminho de alguém e vivemos a ilusão dos loucos que caminham errantes na linha infinita do horizonte. E ainda assim acabamos sempre por nos perder no ponto final de uma frase que nunca chegámos a terminar. E quando nos preparávamos para fazer rimar as palavras ocas que dissemos em silêncio acordamos e sentimos o ritmo compassado das artérias marcando o compasso da vida. E descobrimos que há um dia destinado para morrermos, um dia em que a sombra nos cubrirá os olhos de frio e a nossa pele será apenas o resíduo dos nossos ossos. Esse dia chegará sim. Mas até lá... vamos morrendo todos os dias.
A alma derrotada, aceita sem refutar, o destino triste dos dias e aprendemos a desistir do inevitável crepitar dos desejos inconsequentes. Seguimos sem brilho nem cor numa rota sem destino. Arrastamos o corpo sem atrito por abismos de lágrimas erguidas sobre memórias de cristal. Recordamos com dor as mãos clandestinas que se encontravam em surdina por entre as pernas. Os beijos roubados entre um suspiro e um olhar tingido de pecado. Apagamos as noites da saliva gasta entre suspiros e espasmos de prazer. Acreditamos por um momento que somos o destino eterno do caminho de alguém e vivemos a ilusão dos loucos que caminham errantes na linha infinita do horizonte. E ainda assim acabamos sempre por nos perder no ponto final de uma frase que nunca chegámos a terminar. E quando nos preparávamos para fazer rimar as palavras ocas que dissemos em silêncio acordamos e sentimos o ritmo compassado das artérias marcando o compasso da vida. E descobrimos que há um dia destinado para morrermos, um dia em que a sombra nos cubrirá os olhos de frio e a nossa pele será apenas o resíduo dos nossos ossos. Esse dia chegará sim. Mas até lá... vamos morrendo todos os dias.
2 comentários:
... e todos os dias renascemos
http://www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s
espero-te este fds cá pelo porto :) bjinhos
Enviar um comentário