VACACIONES 2008 - CAPITULO III

A MARIA NO PORTO... A magia volta. A Maria também.
Porque há pessoas que nos fazem sonhar e nos elevam a um mundo distante, onde os duendes e as fadas partilham a floresta com os dedos das mãos. E trocam na cumplicidade dos sorrisos compromissos de crianças. Segredos escondidos atrás das almofadas. Rebuçados com formas de lábios e corações passeando entre as línguas tingidas de corantes e açúcar. Carroceis de palhaços de porcelana pintados de gargalhadas. Balões de alumínio com forma de pássaros, gatos, cães e desenhos animados voando num céu prateado...
Porque as pessoas não têm tempo nem espaço. Não se fazem de presenças latentes nem de agendas detalhadas. Fazem-se de fragmentos eternos de luz pintados na areia e de epidermes queimadas em frente ao mar.
Fazem-se de gajas... E de gajos... E de todos os eternos momentos que nem o sangue pode apagar...
Pessoas que nos fazem sentir que a distância é apenas uma coordenada geográfica dividida por meridianos e espaços abstractos que apenas nos situam o sol e a lua a uma escassa hora de diferença.
Noites de boémia e de saliva gasta nas horas inertes das noites causais perdidas nas ruas sujas da urbe cinzenta e triste.

Sem máscaras...

Sem lágrimas nem ideias viciadas. Sem ponteiros tristes marcando o compasso triste da vida.

Ou como diria a Maria um dia na lingua de nuestros hermanos:

Porque hay mondos diversos, con miradas inertes, imperceptibles al pasar del tiempo y a lo compaso triste de las horas.

Porque hay gente que nos hace creer que todo es infinito, y que la linea del horizonte es apenas una curva indeterminada que separa los pies de los sueños.

Porque hay gente que nos hace creer que nuestro lugar es donde el sol brilla con más fuerza, donde hay hadas y duendes y donde todavía no es prohibido soñar.